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Foto do escritorInara Chagas

Como colocar o DIU pelo SUS?


Ilustração mostrando os principais DIUs disponíveis. À esquerda, o DIU em modelo ferradura, com as hastes em formato de ferratura. Ao centro, o DIU em formato de T. À direita, o DIU em formato de Y.

O DIU (Dispositivo intrauterino) é um método contraceptivo altamente eficaz, com poucas contra indicações, de longa duração e reversível. Por conta desses fatores, é compreensível que a busca por esse método tenha aumentado, tanto é que hoje é possível colocar o DIU pelo SUS, sabia?

Se você quer conhecer o passo a passo para conseguir o DIU pelo SUS, é só continuar a leitura! Aqui você irá entender quem pode colocar o DIU, qual o modelo disponível no SUS e quais etapas é preciso seguir para conseguir esse método contraceptivo.

Vamos lá?


Quem pode colocar DIU?.

Primeiramente, não existe idade mínima para colocar o DIU. Contudo, a lei é clara sobre não existir sexo consentido com menores de 14 anos, ou seja, a princípio não há motivo para alguém abaixo dessa idade querer utilizar o DIU, afinal, ele é um método para prevenir uma gestação indesejada. Também não precisa ter filhos, assinatura da parceria ou outras burocracias legais. Na maioria dos casos é só ter vontade. Este é o principal pré-requisito para colocar o DIU!

Dito isso, o DIU é contra indicado em casos de:

  • Câncer de colo de útero;

  • Alterações uterinas como útero bicorno, septado ou orifício do colo do útero extremamente estreito (estenose cervical);

  • Miomas que alterem o útero;

  • ISTs como clamídia, gonorreia e HIV/AIDS nos estágios 3 e 4;

  • Presença de Doença Inflamatória Pélvica (DIP);

  • Endometrite, cervicite mucopurulenta e tuberculose pélvica;

  • Uso de anticoagulantes ou com distúrbios de coagulação (pelo provável aumento de fluxo menstrual).

Nos casos em que o DIU for inserido no pós-parto, também existem contra indicações nos caso em que houve:

  • Febre durante o trabalho de parto;

  • Ruptura de membranas há mais de 24 horas;

  • Retenção da placenta;

  • Atonia (perda da capacidade de contração do útero) após a expulsão da placenta e

  • Aborto infectado.

Vale reforçar que mulheres com DIP tratada há mais de três meses, HIV assintomáticas, com sífilis já tratada e com miomas que não distorcem o útero podem sim colocar o DIU, ok? Na dúvida, busque orientação médica! Este texto não substitui o trabalho das profissionais de saúde.


Colocando o DIU no SUS

O DIU disponibilizado pelo SUS é o de cobre, sys. O modelo é o DIU com cobre TCu 380A, conhecido por ser em formato de T. É este aqui da foto.


Foto de um DIU de Cobre em formato T inserido em um objeto que semelha o útero.
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Interesse pelo DIU

Se você tem interesse pelo DIU de Cobre e quer fazer o processo pelo SUS, o primeiro passo é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima e pedir informações. Geralmente as enfermeiras que irão saber o processo de inserção do DIU naquela região. Isso porque, por mais que o DIU disponibilizado em todo o país, o procedimento para conseguir o método é local, ou seja, nem sempre o passo que você seguiu em uma cidade vai ser o mesmo em outro lugar.


Consulta médica

Depois de demonstrar interesse pelo DIU de Cobre você deve passar por uma consulta médica, para a profissional de saúde conhecer mais sobre você e pedir os exames necessários para saber se é possível colocar o DIU. Os exames necessários variam de local para local, mas os mais comuns são rastreamento de ISTs, teste de gravidez, exame pélvico bimanual (esse é feito no próprio consultório), papanicolau e ultrassom.

Nem sempre todos esses exames são solicitados, isso porque a quantidade de exames pode prejudicar o acesso ao método e nem sempre são necessários. O Ministério da Saúde enfatiza, inclusive, que o ultrassom não é necessário. Contudo, como dito acima: o processo é local, vai depender da sua cidade/UBS, sys.

Geralmente a parte de exames é a que mais leva tempo, afinal, caso você queira fazer tudo pelo SUS, pode levar algumas semanas até ser chamada para realizar cada um desses exames. Por isso, fica a dica: se você fez recentemente exames ginecológicos, leve-os junto, já nessa consulta inicial. Em muitos casos você não precisará refazer os exames e, quem sabe, já pode sair do consultório com o DIU!


Retorno

Com os exames todos feitos, é hora de se preparar para a inserção. Você deve comunicar a equipe médica responsável pela colocação do DIU que seus exames saíram e, em seguida, será feito o agendamento da sua inserção. Em alguns lugares, vão solicitar que você esteja menstruada, mas isso não vale para todas as cidades/UBS. Os motivos para solicitarem que você esteja menstruada é para confirmar que você não está grávida e para tentar diminuir desconfortos na hora da inserção, já que durante a menstruação o colo do útero está maior. Contudo, se você não recebeu essa orientação, nada te impede de colocar o DIU em um dia comum do ciclo menstrual.


Inserção do DIU

A inserção do DIU costuma ser bem rápida, sys. Em um primeiro momento a profissional de saúde irá te explicar como a colocação será feita, para diminuir a ansiedade do momento e garantir a transparência. Em alguns casos anestesias ou analgésicos podem ser utilizados, mas não é regra.

Depois da explicação sobre o procedimento, será feito um exame pélvico bimanual. Ele é bem simples, a profissional insere um ou dois dedos no canal vaginal e, com a outra mão, faz uma pressão na parte abaixo da barriga. Essa etapa é bem importante, pois com ela é possível avaliar o tamanho, posição, consistência e mobilidade do útero, além de identificar pontos dolorosos que podem indicar uma infecção. Em seguida é colocado o espéculo (conhecido como “bico de pato”), para que o colo do útero seja exposto e para que sejam observadas possíveis infecções, lesões ou similares.

Em seguida vem a histerometria, processo onde o seu útero será medido. Esta etapa, junto com a de inserção do DIU, costuma causar certo desconforto, o que é compreensível, afinal, algo está entrando dentro do seu útero. Contudo, o processo é bem rápido e não deve causar dores insuportáveis. Caso ocorra, comunique a equipe médica, pois pode ser sinal de que algo não foi feito da maneira correta.

Por fim, o DIU é preparado para ser inserido. A maior parte das fabricantes de DIU opta pela técnica retrátil, onde o DIU é colocado em um tubo de inserção, e é inserido até o fundo do útero, seguindo a medida dada pelo histerômetro (aparelho que mede o tamanho do útero). As hastes do DIU são liberadas e ele se encaixa no útero. Por fim, depois de alguns segundos, o tubo é retirado e os fios do DIU são cortados, deixando de 2 a 3 centímetros no canal vaginal

E pronto, o DIU está colocado! Você ficará em repouso por alguns minutos para poder descansar e reduzir possíveis desconfortos.


Retorno e acompanhamento

Sys, as principais orientações após a colocação do DIU de Cobre são: usar preservativo pelo menos durante 7 dias, para garantir que você esteja realmente protegida de uma gravidez indesejada, e ter a consulta de revisão, geralmente feita um mês após a inserção do DIU.

No mais, caso sinta febre, dor pélvica forte e frequente e sangramentos intensos, procure imediatamente atendimento médico! No mais, faça consultas periódicas para conferir o seu DIU e não esqueça de conferir sempre o tamanho da cordinha. Faça bom proveito!


Fontes:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual técnico para profissionais de saúde – DIU com cobre T Cu 380 A, Brasília- DF, 1ed., editora MS, 2018




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1 comentario


Amanda Becineri
Amanda Becineri
11 ago 2021

Post necessário e super completo!

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